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Extração da Piaçava da Amazonia

 

 

 

Por um regionalismo, a nacionalmente conhecida piaçava é chamada no Amazonas de piaçaba, com B mesmo. Por décadas foi a principal atividade econômica da cidade de Barcelos, assim como toda a área compreendida entre a cidade de Novo Airão e Santa Isabel do Rio Negro.

Historicamente, a exploração econômica carrega um espectro de vergonha pelo que acontecia no sistema dos chamados “piaçabais”, grandes áreas de cultivo destinadas ao extrativismo e comandadas por poderosos coronéis locais. Trata-se do uso de mão-de-obra infantil e escrava, onde os ribeirinhos sem alternativas de sustento (diga-se de passagem, em plena Amazônia) se dirigiam para engrossar o contingente de trabalhadores na retirada da piaçaba. Para chegar às áreas de cultivo, precisavam viajar nos barcos dos patrões e este era apenas um dos fatores que faziam-nos chegar para trabalhar já devendo ao proprietário, aliás, a partir daí a dívida nunca era saldada amarrando o empregado como uma propriedade do coronel.

Para o trabalhador Manoel Bezerra, 40, esta fase difícil já passou, e como cortador, comerciante e transportador de fardos de piaçaba, ele próprio se considera o resultado de tempos pelo menos aparentemente mais justos. “Trabalho há 8 anos nos piaçabeiros, ganhei um dinheiro, comprei um barco e passei a trabalhar por minha conta”, afirma, apontando seu barco de nome Resajo, lotado de fardos.

Um Pouco de História

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